
A Liberdade é azul

A Igualdade é branca

A Fraternidade é vermelha
Talvez seja interessante começar explicando em que condições assisti aos três filmes. Em época das festas de final de ano no inverno berlinense. Em dvd, um a cada dia, ansiosamente. Neguei convites para uma cervejinha para ficar em casa debaixo das cobertas assistindo a essas histórias maravilhosas. Tudo em francês com legendas em alemão.
O meu preferido ainda é o azul, acho. Eu assistia ao filme e a cada plano me surpeendia mais e pensava: nossa, esse cara é um gênio! Meus amigos sempre me falaram do Kiéslowski venerando-o. Por uma questão qualquer infeliz, nunca tinha assistido a nenhum filme dele. Até resolver reverter esse quadro. Uma das felicidades maiores de estar em Belrim certamente é o acesso fácil a quase qualquer filme. Infelizmente, em DVD do Kiéslowski, somente os três mesmo. O resto, VHS. Chato. Mas os três me satisfizeram tanto que só posso estar grata.
Do azul, levo a Juliette Binochett que juntamente com a Gena Rowlands, a musa do John Cassavetes, disputam no meu ranking pessoal o prêmio de melhor atriz. Ela faz cara de nada e a cara de nada dela diz tanta coisa!... Ela é incrível. Mais incrível do que ela talvez os reflexos do lustre azul sobre ela. Marcou bastante. O melhor plano é um que deve ter passado pela maioria despercebido, mas é tão doce! Quando ela entra num café, pede um café e um sorvete e antes de começar a comer derrama um pouco do café quente no sorvete gelado. Me diz muita coisa essa metáfora. E me deu vontade de fazer o mesmo pedido. Nesse filme a questão da musica fica mais presente do que nos outros. E isso é um dos pontos fortes na trilogia e acredito que em todos os filmes do cara. Não sei. Pareceu-me que ele tem uma ligação bem forte com a música.
O branco também é legal e podem me chamar de louca, mas para mim o filme é sobre até que ponto uma paixão pode levar o ser humano. Mais do que sobre movimento imigratórios, ser ou não ser brocha, o amor destrói e reconstrói. Aquela mulher é uma idiota, mas muito real. Totalmente desse mundo.
No vermelho a atriz principal é de uma beleza tão simples e linda! E o velhinho é tão curioso. O estudante de direito não me marcou. Mas só por aquele jipe vermelho, eu casava. Adorei rever todos os personagens no final!